Cuidar da saúde vai muito além de tratar doenças. No Brasil, onde a população idosa já ultrapassa os 32 milhões de pessoas — um aumento de 56% desde 2010, segundo o Censo Demográfico 2022 —, muitos pacientes enfrentam um problema silencioso: o atendimento fragmentado. Com diferentes médicos acompanhando condições específicas, sintomas importantes podem ser ignorados, e o estado geral do paciente acaba comprometido.
Diante desse cenário, a medicina integrativa surge como uma abordagem essencial para garantir um cuidado mais completo e eficaz. Diferente da prática tradicional, que muitas vezes foca apenas no tratamento de sintomas, essa abordagem busca entender o paciente como um todo, considerando seu estilo de vida, suas necessidades a prevenção de doenças.
Para a médica nefrologista e generalista Dra. Fabiana Caviquioli, que possui ampla experiência em pacientes em internação hospitalar e Unidades de Terapia Intensiva (UTI), a falta de um acompanhamento integral tem consequências diretas na qualidade de vida dos idosos. “Muitos quadros de pacientes que estão em estado terminal poderiam ter sido evitados se, desde o início, houvesse um cuidado global, considerando não apenas a doença, mas o paciente como um todo” , explica. Segundo ela, “tratar a doença é diferente de evitar e prevenir complicações. ”
Com um acompanhamento médico mais próximo e coordenado, é possível prevenir complicações, melhorar a comunicação com a família e garantir que os tratamentos sejam seguidos corretamente. “Muitos idosos não conseguem gerenciar todos os remédios e consultas sozinhos. Ter um médico de confiança que centralize essas informações e converse com a família faz toda a diferença” , destaca. A medicina integrativa propõe combinar diferentes práticas — medicamentos convencionais, suplementação e terapias complementares — para promover o bem-estar geral do paciente. E é ainda mais importante evitar esses problemas no futuro, por isso a Dra. Fabiana adota uma abordagem preventiva não somente para os idosos. Ter uma juventude e vida adulta equilibrada faz toda a diferença no processo do envelhecimento. “Se aos 20, 30 ou 40 anos cultivarmos adequadamente uma boa saúde, colheremos bons frutos no futuro. Saúde não é só a ausência de doença, é qualidade de vida, equilíbrio” , reforça Dra. Fabiana. “Se tivermos um olhar mais completo desde o início, conseguimos evitar que as pessoas cheguem a um ponto crítico e irreversível. Mais do que tratar doenças, é preciso cuidar de pessoas.”